quarta-feira, 28 de abril de 2010

Policia Federal, catório de Timbiras é alvo de investigações

Dois delegados e vários agentes da Polícia Federal passaram quase toda esta terça-feira, 27, dentro do Cartório de Ofício Único, Serventia Extrajudicial, de Timbiras. Cumpriram mandado de busca e apreensão, mas como 22 livros de registros de nascimento e vários computadores teriam que ser periciados a PF montou um pequeno laboratório para descobrir, por exemplo, com seus peritos, de quem era a letra nos livros. Levou luva, aparelhos com raios ultravioleta e máquinas fotográficas.

NÚMEROS
De acordo com informações repassadas pela polícia ao repórter do Jornal Nacional, Honorio Jacometto, existem cerca de 1.400 documentos falsificados no cartório de propriedade do ex-vereador e ex-secretário municipal de educação, Lula Alvim, dos quais cerca de 900 foram criados para fornecer aposentadorias à pessoas que ainda não tinham idade para se aposentar.

A Federal revelou ainda a suspeita de que títulos eleitorais também foram criados para pessoas que nunca existiram.

“Não vou dar entrevista”, expressou-se Lula ao repórter que tentou ouvi-lo sobre as suspeitas.

ERROS GROSSEIROS
Para a polícia, os livros de registros são a prova do crime. Em cada página só pode ser registrado um nascimento. Nos livros do cartório de Timbiras, algumas folhas datadas até de 1954, o espaço em branco que restava no fim da página era preenchido com outro registro, este, porém, segundo os policiais, falso e com o mesmo número da página completada de forma possivelmente fraudulenta.

Um detalhe que chamou a atenção dos federais foi o fato de que a tinta da caneta usada (as vezes mais nova) e a letra nunca eram parecidas.
“Mostra-se a intenção, tanto é que o número de registro é o mesmo. Você ver que foram datas posteriores que foram inseridos e isso aí, certamente, foi utilizado para a fraude previdenciária ou qualquer outro tipo de fraude, eleitoral e assim por diante”, disse um dos delegados

No final de cada registro, o escrevente é obrigado à assinar o nome, mas estas assinaturas não foram encontradas em alguns livros o que coloca todos os funcionários e ex- serventuários do cartório na qualidade de suspeitos.
“Nós vamos fazer um exame com todos os serventuários do cartório pra fazer uma comparação com as que foram apostas (letras) aqui nos livros de registro”, garantiu o delegado

PRISÕES
O proprietário acompanhou tudo de perto e não saiu preso porque o mandado era apenas de busca e apreensão, ou seja, a Polícia Federal ainda buscava provas do crime de falsificação de documentos públicos.

Timbiras é apenas uma das cidades onde a fraude vinha ocorrendo. No Maranhão inteiro fala-se em cerca de 1 milhão de documentos falsificados para possibilitar aposentadoria e votações eleitorais às margens da lei. As prisões, envolvendo gente grande, ainda serão realizadas.

3 comentários:

  1. ....é interessante e importante que as pessoas saibam que mais cedo ou mais tarde a justiça termina prevalecendo.Estamos diante de um novo Brasil, mais consciente e mais maduro e acredito que a educação e a informação são os grandes pilares dessa mudança.

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  2. Crime de falsificação de documentos públicos, demorou...a justiça tarda mais não falha.

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  3. Timbiras, pequena e velha cidade com “rumos” repletos de Maus tratos e costumes corruptos, encantos de quem pode ou deve ter... O fato de minha cidade ser alvo da mídia, não me faz repudiar ou envergonhar-me de ser realmente um verdadeiro timbirense. Mais nas formas mais sutil e ingênua que grupos isolados se tornam criminosos.

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